HOTEL BELA VISTA |
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1993 (co-autoria
com o Arqº Manuel Araújo da Silva) |
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O terreno onde se pretende edificar a unidade hoteleira, situa-se no limiar da malha urbana da nova cidade de Alverca, do lado Norte, numa zona em que a pequena montanha se começa a insinuar na planície através dos seus contrafortes, absorvendo progressivamente, com o seu relevo e bolsas de vegetação, a mancha urbanizada. Com uma área de cerca de 6 ha, o local revela ainda algumas características da quinta que foi, salientando-se, a nível da sua cobertura vegetal, a densa e valiosa arborização adaptada ao declive acentuado da vertente Sudeste, virada para a rua (EN 10.6) e Auto-Estrada A1. Sob a protecção desta cortina verde, a construção ergue-se sobre a vertente, segundo a direcção das curvas de nível, a partir de uma esplanada/terraço [cota 32.0] -espaço de relação do exterior com o interior- associada ao corpo do Restaurante. Da cobertura deste corpo [cota 36.5], ela própria outro terraço, ligado às zonas de estar, sobressai um dos braços do edifício de cércea mais elevada, onde se situam, à mesma cota do terraço, as salas do Hotel e à cota 41.0, alguns quartos. O outro, que alberga os restantes quartos, começando por se dispor paralelamente ao primeiro acaba por torcer levemente (ficando ambos em sintonia com os alinhamentos dominantes das construções do Bairro da Panasqueira) e, pela sua maior extensão, permite que o edifício, através de um pátio, se abra para o terreno envolvente vindo abraçá-lo. Na convergência destes dois braços, tendencialmente em "V" encontra-se a entrada e o átrio do Hotel [cota 36.5]. Sob este espaço, e à mesma cota do Restaurante [cota 32.0], ficarão a cozinha e as demais zonas de serviço. Pelo escalonamento dos volumes no terreno, sucessão de planos e disposição aberta para a paisagem dos vários corpos que compõem o edifício, deseja-se uma interligação íntima dos espaços construídos com o espaço verde procurando trazer, permanentemente, a qualidade do ambiente natural até ao interior do edifício. Sendo assim, sem perder a sua identidade e escala, a construção surge na paisagem sempre com o maior respeito por ela, visando mesmo a sua valorização, na esperança de que, por esse facto, possa sair também valorizada. Prevê-se para o Hotel a categoria de quatro estrelas e uma capacidade para 120 camas (60 quartos) - 50 quartos duplos, 10 suites - sendo as áreas de implantação e de construção de 1857 m2 e 5352 m2, respectivamente. Será dotado de um Restaurante para 600 pessoas, ao qual se poderá aceder directamente do exterior sem utilizar as circulações interiores do Hotel. O Hotel inclui ainda uma área destinada a Health-Club, com saunas, banho--turco, ginásio e piscina coberta.
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Por se encontrar numa antiga Quinta e dadas as características do terreno, facilmente se pode recuperar e reforçar o património vegetal ainda existente, conferindo ao recinto o ambiente de um parque, bastante conveniente ao programa que se pretende implementar. Outras áreas de lazer e divertimento serão o conjunto formado pela Discoteca e Pub, e o campo de Mini-Golf. A Discoteca e o Pub ocupam um edifício distinto do Hotel, situado na vertente do terreno virada a Nordeste, a cota mais baixa [cota 23.5]. Estes edifícios têm uma área de implantação de 880 m2 e uma área de construção de 1796 m2, bem como uma área própria de estacionamento, a qual poderá também servir o Restaurante, se necessário. O acesso principal à Discoteca e Pub é independente, embora exista, através do parque, uma ligação peatonal ao Hotel. As pistas de mini-golf serão incluídas na área de parque, adaptando-se aos patamares sugeridos pelo terreno e à vegetação existente e a propor. O acesso ao Hotel e Restaurante é feito, a partir da rua, por uma alameda de pinheiros, que era antes a entrada da Quinta. Na continuidade desta alameda desenvolve-se uma rampa muito suave, até à plataforma da entrada principal do Hotel, situada à cota 36.5 (sob a qual se encontra a entrada de serviço), e ao parque de estacionamento. A partir da alameda, pode igualmente aceder-se ao Restaurante, ou então, por uma escada, subir de imediato para o Hotel. As áreas de estacionamento serão pavimentadas de molde a permitir que o prado possa crescer, dissolvendo-as no manto verde que recobre o terreno. Em sintonia com este princípio e também para criar ensombramento prevê-se a sua densa arborização. A iniciativa deste empreendimento é privada e o Promotor - a Firma "Granja, Actividades Hoteleiras, Lda." -, representada pelo Senhor José Oliveira, está fortemente empenhada na sua concretização, dada a enorme necessidade de um equipamento desta natureza na região, detectado que está o crescente interesse turístico pela zona e a procura cada vez maior de instalações hoteleiras, nomeadamente dormidas, ao longo de todo o ano e, também, a falta de zonas de lazer e recreio. Acresce, a estes factos, a grande realização da EXPO 98, que reforçará decisivamente o carácter cosmopolita da cidade de Lisboa e da sua Área Metropolitana, reclamando a implementação de equipamentos de apoio como o que agora se propõe, aliás bem situado, em termos de proximidade e acessibilidade ao recinto da exposição. Sendo assim, estamos firmemente convencidos. da alta importância deste empreendimento, podendo-se mesmo afirmar, sem rebuço, que a sua implementação será de interesse nacional. |
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