EDIFÍCIO-SEDE DO CLUBE NÁUTICO RIBADOURO

ESCRITÓRIO

OBRAS E PROJECTOS

1997-2003   (co-autoria com o Arqº António Lino)
Pala, Ribadouro, Baião
Projecto de Execução
Clube Náutico Ribadouro

PLANTA/ CORTES/ ALÇADOS

ESQUISSOS

MODELO 3D

FOTOGRAFIAS

MEMÓRIA DESCRITIVA

 

O edifício projectado destina-se a Sede do Clube Náutico Ribadouro e ficará localizado na Pala em Baião.

O terreno situa-se do lado Poente da povoação, sendo delimitado a Sul pela via marginal do Rio Douro e a Norte por um muro de granito correspondente ao primeiro socalco da vertente. A sua configuração alongada, que segue a Sul a curva do rio e da estrada, leva a que as frentes Nascente e Poente do terreno sejam de reduzida dimensão. São estas características morfológicas, muito particulares, quer do terreno quer da parcela, que determinam, em grande parte, a forma do edifício, constituindo o contorno do rio a linha de força do desenho do seu embasamento e o muro a superfície-limite que recebe e determina o escalonamento dos volumes em altura e em extensão.

O cruzamento das determinantes formais referidas, encontradas no sítio, com as características funcionais do edifício, conduziu a que a articulação dos volumes que o compõem evoque, no plano formal, uma embarcação, ajustando-se a "proa" (voltada para a povoação) e a "popa", em termos de dimensão e posição, respectivamente, à entrada principal do Clube e ao acesso ao armazém das embarcações propriamente ditas.

Para que a Sede do Clube Náutico Ribadouro possa cumprir, cabalmente, a função de apoiar e dinamizar o desporto náutico e seja capaz de se assumir, ademais, como um importante pólo de atracção turística na zona, prevê-se que o edifício seja dotado de todas as instalações necessárias a um equipamento desta natureza.

Assim, no piso 1, do lado da entrada principal e em contacto directo com o vestíbulo, situa-se a área administrativa, do lado oposto o armazém de embarcações e, na parte central, com acesso de ambos os lados, a área de balneários (com sauna) e um ginásio.

O piso 2 destina-se às áreas sociais do Clube (zona de estar, bar e restaurante), com as respectivas instalações de apoio (cozinha e sanitários). No exterior situam-se as esplanadas, estando uma delas, mais resguardada, relacionada com a zona de estar e a outra associada à área de bar e restaurante.

O Salão Nobre, polivalente, situa-se no piso 3 mas a maior parte da área correspondente a este nível destina-se a terraço, assim como a cobertura do salão (piso 4), constituindo-se, ambos os locais, como pontos privilegiados de observação das competições ou de outras actividades náuticas.

Sob o ponto de vista construtivo, o edifício conjuga uma estrutura de tipo contínuo, realizada em paredes de betão armado, com uma estrutura discretizada de pilar e viga, igualmente de betão armado. As lajes serão, regra geral, aligeiradas embora, nalguns troços, se recorra à utilização de lajes contínuas.

 

 

 

As paredes de betão desempenharão, do lado Norte, para além de elemento de suporte da estrutura do edifício, a função de muro de suporte de terras em associação com o muro existente de granito. Serão também de betão as paredes que definem o limite do primeiro piso. Qualquer destas paredes será duplicada por uma parede de alvenaria de tijolo vazado. As restantes paredes exteriores serão duplas, definindo uma caixa de ar de 4 cm, sendo qualquer delas realizada em alvenaria de tijolo vazado. As paredes interiores serão também de alvenaria de tijolo vazado.

As paredes exteriores de betão serão hidrofugadas, recebendo ainda, na área em contacto com o terreno, duas demãos cruzadas de uma emulsão betuminosa, assim como um écran drenante, para reforço da impermeabilização. De qualquer modo, o leito da caixa de ar, definida pela parede de betão encostada ao muro de pedra e pela parede de alvenaria de tijolo, será executado de forma a constituir uma caleira, devidamente cerezitada, com escoamento para o sistema geral de drenagem de águas pluviais. As paredes de alvenaria destinadas a receber reboco serão cerezitadas. A impermeabilização dos terraços e das outras coberturas planas não visitáveis será assegurada por telas de PVC.

Em relação aos materiais de revestimento e de acabamento dos paramentos exteriores teremos, no piso 1, a parede de betão aparente que define o limite do edifício a Sul e Nascente e, nos pisos 2 e 3, paredes rebocadas com acabamento a monomassa. A caixilharia será realizada em perfis de ferro decapados e metalizados com acabamento esmaltado e receberá vidro duplo (excepto o corpo das escadas) liso e incolor.

O terraço situado no piso 2 será pavimentado com estrado de madeira, devidamente protegida para resistir à intempérie. Os terraços dos níveis superiores serão revestidos com placas de betão com acabamento a areão. As coberturas não visitáveis levarão uma camada de godo.

No interior, todos os pavimentos serão realizados em linoleum em peça, à excepção do armazém, balneários e respectivo corredor de acesso, que serão realizados em betonilha pintada. As paredes e os tectos serão rebocados e estanhados, levando as paredes dos balneários, sanitários e cozinha lambrins de azulejo até à altura de 2,10 m.

Exceptua-se o armazém, no qual as paredes e o tecto serão rebocados com acabamento a areado fino. Os rodapés, guarnições e aros das esquadrias interiores serão de madeira, assim como as folhas das respectivas portas. As escadas serão igualmente revestidas a madeira.

 

JOÃO PEDRO XAVIER - ARQUITECTO, LDA