CONCURSO PARA PINHAL DE MENÉRES

ESCRITÓRIO

OBRAS E PROJECTOS

2002   (co-autoria com o Arqº Germano Castro Pinheiro)
Vila do Conde
Plano de Pormenor
Polis

PLANTA/ CORTES/ ALÇADOS

ESQUISSOS

MODELO 3D

FOTOGRAFIAS

MEMÓRIA DESCRITIVA

 

Por circunstâncias particulares o Pinhal de Meneres constitui, na área da cidade de Vila do Conde, a única mancha verde que se abre para o mar e que ainda mantém algumas características morfológicas e topográficas que denunciam o modo como a urbe se articulava com a praia. Essa condição única parece ser um valor a preservar embora se aceite que essa ligação seja mediada pela Avenida Atlântica devidamente requalificada de acordo com os pressupostos do projecto em curso no âmbito do Programa Polis de Vila do Conde.

No entanto, para assegurar a real integração deste pequeno parque natural na malha urbana, garantindo a articulação com a envolvente construída e com o espaço natural, torna-se essencial que os seus limites se tornem permeáveis. Nesse sentido preconizamos que no perímetro do parque se não realizem quaisquer edificações e que se multipliquem as possibilidades de acesso.

Sendo assim, em relação à proposta da mancha edificada prevista no PDM parece-nos ser de evitar construir do lado Sul da nova via prevista (no seguimento da Rua de Santa Catarina) bem como do lado Norte da Rua da Independência da Guiné. Consideramos que, nesta rua, a edificação obrigaria a sacrificar uma parte significativa da mancha de vegetação mais densa e de melhor qualidade do pinhal além de violentar a topografia. É por isso que, a construir nesta área, nos parece ser de utilizar apenas a parte Sul-Poente no gaveto formado pela Avenida

 

 

 

Atlântica e a Rua da Independência para o qual apontamos, por conseguinte, a possibilidade de construir um edifício de cinco pisos que poderia ser um equipamento hoteleiro.

Do lado oposto, onde se aceita a edificação prevista entre a nova via Nascente-Poente e a Rua Frei João de Vila do Conde, propomos a construção de edifícios de habitação plurifamiliar, com três pisos, dando continuidade à intervenção em curso no antigo bairro dos pescadores.

A vocação do parque-pinhal parece-nos ser a de dar cumprimento a actividades de lazer e desportivas passando a servir, de facto, a cidade e os seus cidadãos.

À habitação unifamiliar que, segundo as condicionantes do plano, deverá obrigatoriamente prevalecer, ficariam reservadas algumas actividades desportivas de interior (ginásios, sala de aparelhos, banhos e, se possível, uma piscina de água salgada aproveitando a captação que sabemos existir), instalações administrativas do centro desportivo bem como um bar e um restaurante apto a servir refeições ligeiras.

Cremos que de acordo com os pressupostos enunciados fica claramente traçada uma estratégia que consagra a real devolução do pinhal de Meneres à cidade de Vila do Conde passando este espaço a constituir uma mais-valia significativa na melhoria da qualidade ambiental do seu espaço urbano, particularmente da sua faixa litoral.

 

JOÃO PEDRO XAVIER - ARQUITECTO, LDA